O Governo
do Estado do Rio de Janeiro aprovou na quinta-feira a Lei nº6.165, proposta
pela Secretaria de Estado de Saúde, que autoriza o pagamento de indenização
especial no valor de R$ 622 para ex-pacientes de hanseníase. A pensão vai beneficiar 353 pessoas que tiveram a
doença e prestaram serviço nos antigos hospitais-colônia do estado, atualmente
o Instituto Estadual de Dermatologia
Sanitária (Jacarepaguá ) e o Hospital Estadual Tavares de Macedo(Itaboraí).
De acordo
com a Lei, as remunerações serão pagas mensalmente pelos próximos 10 anos ou de
forma vitalícia. As categorias foram escolhidas a partir do estudo de cada caso
e a análise do resultado de perícia médica realizada pela Secretaria de Estado
de Saúde (SES-RJ). Cerca de 50 ex-pacientes com incapacidade física, ou que não
possuam outra fonte de renda, vão receber a pensão vitalícia. Outras 300
pessoas, que ainda trabalham nas unidades de saúde ou já obtenham benefício
previdenciário, receberão a indenização por dez anos. Em caso de óbito do beneficiado,
o pagamento passará para o cônjuge ou seu companheiro, desde que este seja
reconhecido administrativa ou judicialmente. Na falta do cônjuge, a indenização
é destinada para o filho menor de idade ou inválido.
Por conta
de uma política de saúde pública que vigorou por mais de 50 anos, pacientes com
hanseníase deveriam viver isolados de seus familiares e filhos. A lei
que obrigava o isolamento dos pacientes com a doença foi instituída, em 1930,
pelo presidente Getúlio Vargas e vigorou até 1976, quando uma portaria do
Ministério da Saúde revogou o direito da polícia sanitária de levar os doentes
à força para um dos 26 hospitais-colônia espalhados por todo o país. As
crianças nascidas nesses locais eram retiradas de seus pais e levadas para
orfanatos, quando as famílias dos pacientes eram impedidas de criá-las. No Rio,
dois hospitais-colônia recebiam pacientes com hanseníase, o Hospital Estadual
Tavares de Macedo, em Itaboraí, e o Instituto Estadual de Dermatologia
Sanitária, em Jacarepaguá. Apesar da revogação, alguns doentes ainda eram
obrigados a se internar até 1986.
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